quinta-feira, 28 de abril de 2016

A dialética do esclarecimento na sociedade de massa atual












Adorno e Horkheimer foram os destaques da famosa escola de Frankfurt. Ao escreverem o livro “A dialética do Esclarecimento” no qual evidencia o problema da indústria cultural, denunciaram o seu poder de alienação e controle sobre as massas.

 Com segmento Marxista (T.T), a obra remete as questões da cultura e arte fundamentadas nas ideias socialistas, em que os modos de produção capitalista constroem uma infraestrutura que molda, influencia e determina uma sociedade (Supra-estrutura).




Então podemos denotar que o modelo econômico influência a sociedade, a crítica então prossegue através da má-intenção das classes dominantes sobre as ''opressoras''. Ao propagar modelos de vida, estão popularizando pensamentos, condutas e valores pelos canais midiáticos.


 A infraestrutura é tão poderosa que influencia a própria filosofia, ciência e religião. O principal fator da indústria cultural é a pregação de falsos valores e ideias, sendo superficiais e proporcionando o capital, constatam-se então, todo tipo de divulgação que constrói produtos artificiais destruindo a verdadeira arte e cultura pelos meios de produção. A indústria cultural e os canais midiáticos estão à serviço do capitalismo, e não é interesse da burguesia manter pessoas com acesso à culturas críticas, autênticas e ideológicas.



A obra também relata que a cultura de massa possui uma produção espontânea, e que a arte verdadeira é aquela que faz críticas e questionamentos sobre a vida e sociedade, não as que tentam nos vender produtos ou construir e influenciar modelos de vida em nossa existência subjetiva.


Adorno e Horkheimer não só remetem à questão das classes dominantes ou da pseudocultura, mas acima de tudo a questão que vivemos até hoje por muito tempo, o problema da alienação e a vida convencional.


O esclarecimento segundo Kant, é a saída do homem de sua menoridade. Sendo menoridade uma incapacidade de se servir do seu próprio entendimento, impedindo o crescimento racional.

A partir do momento que criamos consciência de nós e do mundo automaticamente sofremos uma emancipação do comodismo e medo. O covarde é aquele que não tem coragem de assumir a carga de decisões e conflitos por se dizer não ter conhecimento racional, ou não buscá-lo. Menoridade é a inabilidade de usar seu próprio entendimento sem qualquer guia, e os meios de produção favorecem ainda mais o fortalecimento de pessoas incapacitadas de refletirem, sem sequer algum alfabetismo filosófico e funcional. Na atualidade em nosso País fraco na educação, a indústria cultural influencia com grande potência, adultos e principalmente jovens que são induzidos associarem status como fator de almejo e cobiça, se personificam com as roupas e carros divulgadas na Tv, nos filmes e nas músicas.

(O cabelo loiro hollywoodiano nas mulheres é adotado. O conceito transmitido pela mídia de poder e dinheiro estar ligados à felicidade é muito forte. Também temos o conceito pelas novelas atuais de que o amor tradicional é algo cafona e ultrapassado,os homens tem que ser galãs e musculosos, e que as mulheres não podem possuir interesse nenhum pela intelectualidade como tecnologia, ciência ou filosofia, elas apenas se preocupam com seus esmaltes descascados e seus cabelos desidratados. É esse o modelo que temos, o modelo da superficialidade, da fuga sobre o que realmente importa. )

Segundo o Texto de Marilena Chauí em “cultura e Democracia” A cultura hoje é compreendida como “um campo no qual os sujeitos humanos elaboram símbolos e signos; conceitos como o belo e feio, justo e injusto.”



A cultura não é mais cultura, é entretenimento. No texto Marilena ressalta que cultura é : produção, trabalho, transgressão e agregação, enquanto o entretenimento não se passa de uma “cultura” diversão e distração.






Os canais de comunicação transmitem uma realidade em que torna se uma dissimulação do próprio sentido da vida e sentido humano são padrões falsificadores e ilusórios dos verdadeiros valores e importâncias, que segundo a autora vivemos em um “tempo efêmero e desprovido de profundidade”.



Um comentário:

  1. Gostei do seu texto! Gostei especialmente das referências filosóficas e da diferenciação que faz entre obras que pretendem apenas vender ou mostrar a realidade. Por tal razão, a arte é marginal. Marginal no sentido de estar à margem do sistema. Como ela não se sujeita a nenhum tipo de grilhão ideológico, muitas vezes, precisa acontecer de forma improvisada, sem recursos materiais, para um público restrito.

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