segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Rap Vs Happy - Hibridismo Cultural danificado


Para Gramsci não existe hierarquia cultural, todas as culturas são legítimas. Canclini afirma que a cultura sempre se adapta a novos meios e tendências, se unificando á outras culturas, criando novos contextos em cada transformação.(Hibridismo cultural)

Na arte o conceito de estética vem a ser uma estrutura de avaliações sobre o universo das artes. A estética é caracterizada pela qualidade das sensações, experiencias e sentimentos produzidos em determinada arte
Esta estrutura de avaliação artística ultrapassa o conceito do belo praticado no senso comum, "a arte simétrica" ou seja, a estética vai além dos valores determinados(socialmente conveniente).
Através do método estético,  podemos vislumbrar a existência de um relativismo artístico, que dependente de um contexto,interpretação e narrativa...ocorre também as impressões causadas pelo subjetivo e coletivo (a realidade social de forma política, econômica e tecnológica.)




Não concordo com a ideia de relativismo cultural por inteiro,mas também não sou a favor de uma elitização cultural.

Vou explicar o por quê que algumas mudanças e adaptações culturais ficam fadadas a erros fraudulentos.

A cultura do hip-hop, (em específico o rap) é produzida em um contexto coletivo. Uma união entre grupos e movimentos sociais. E pelo fato destes movimentos viverem em classes econômicas baixas(alguns em condições precárias e outros em mínimas) que possuem uma redução calamitante de oportunidades.

Este movimento cultural que expressa a sua arte através de música, transmite uma realidade crítica; ela enaltece um conjunto de valores, condições e estímulos;  introduzidos, produzidos  e reproduzidos em um universo representado no pensamento cotidiano de subúrbios e comunidades.

Em meados de 2000(careço de informação), surgiram novos estilos de rap. Estes estilos forma adaptados em outros contextos e com outros públicos que participavam. Exemplo disto é "o rap de condomínio" do qual vários grupos musicais surgiram, formados por uma classe social satisfatória, que vivem outra realidade e ultiliza-se de outra linguagem.As batidas, as rimas e o estilo musical não perderam parentesco com a estrutura do rap clássico, entretanto a ideologia perdeu o sentido para qual o a cultura do rap foi criada. Enquanto isso, alguns grupos do novo rap, irão produzir temáticas totalmente diferentes ou distantes do rap originário, e outros continuarão a praticar ao protesto do rap com olhares distantes e ingênuos sobre o que é injustiça e desigualdade. ''Roubam'' a temática do Rap, para manter uma estética com outra mensagem e intenção. É o famoso Fake que quer ser Preto,viver na favela e chegar com os brothers porque é maneiro e ''respeitável''.

Isso me lembra a música dos Racionais :  

"O que,
Cê não dizia,
Seu filho quer ser preto,
Rá,
Que ironia.
Cola o pôster do 2pac ai,
Que tal,
Que se diz,
Sente o negro drama,
Vai,
Tenta ser feliz."

O Rap não perde sentido e origem sofrendo um hibridismo com o rap comercial de hoje?  produzido por rapazes de apartamento que nunca pegaram um ônibus?


Seria desonesto não reconhecer o trabalho dos grupos de rap atuais: Costa Gold,Marechal,
Haikais e etc..  Mas entre eles, existem muitos outros "híbridos" que se apropriam da temática para produzir bobagem. 

Alguns fenômenos híbridos foram interessantes, exemplo disto é o Criolo, que ultiliza a linguagem do rap mas com narrativas,temas e reflexões distintas dos outros rappers.


Não entendeu muito bem? 

https://www.youtube.com/watch?v=lMzSeuZc0ug

https://www.youtube.com/watch?v=m_TfLD0tKKE

(Mas não leve isso como verdade absoluta, existem projetos novos bem legais)

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